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A tristeza de Jackson no final do FC Porto x SL Benfica (fonte: Maisfutebol) |
Custa sempre perder com o SL Benfica, seja em que modalidade for.
E custa ainda mais perder em pleno Estádio do Dragão, principalmente se o jogo for para o Campeonato.
A noite de ontem estava muito fria mas, no final do jogo, os portistas estavam a “ferver”. Ora, como a quente se dizem muitos disparates, ontem abstive-me de dizer o que quer que fosse (já chegam os disparates que eu disse durante o jogo).
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O JOGO, 15-12-2014 |
Numa análise a frio, o jogo de ontem, golos à parte, foi aquilo que eu estava à espera.
Contra um SLB que joga pouquinho (na minha opinião é a equipa encarnada mais fraca da era Jorge Jesus), o FC Porto, sem deslumbrar (longe disso), dominou do primeiro ao último minuto, superiorizando-se em todos os indicadores do jogo – posse de bola, ataques, cruzamentos, remates, oportunidades de golo, cantos e livres.
Mas houve duas coisas que não estavam no “Programa das Festas”:
i) a defesa menos batida do campeonato (até este jogo) aoferecer dois golos de bandeja, em erros não forçados e sem que o SL Benfica tenha feito seja o que for (nesses lances ou no resto do jogo) para justificar marcar um golo que fosse;
ii) o melhor ponta-de-lança a jogar em Portugal ter um desempenho 100% perdulário (incrível a forma como Jackson falhou um golo feito, após um excelente cruzamento do Quaresma, na 2ª bola que enviou à trave);
O certo é que o FC Porto perdeu em casa e, por isso, é muito fácil “bater” no treinador (e, já agora, “bater” também no Antero, na SAD, no Presidente, etc.) mas, depois de um jogo destes, em que, à meia hora, os jogadores encarnados ainda não tinham sequer importunado Fabiano, custa-me ir por esse caminho.
Prefiro olhar para quatro aspectos da exibição portista que, não sendo inéditos, neste jogo voltaram a ser notórios e que precisam de ser corrigidos/resolvidos:
1) As bolas paradas ofensivas – Falta um jogo para a paragem de Natal e o FC Porto continua pouco mais do que inconsequente nas bolas paradas ofensivas (cantos e livres, porque dos penalties já nem falo…). Admito que as treinem mas, nos jogos, não se veem jogadas estudadas bem trabalhadas e, muito menos, resultados concretos desse “trabalho de laboratório”. Mais. Nuns jogos o jogador encarregue das bolas paradas é Quaresma, noutros Quintero, ontem foi Tello e nenhum deles o tem feito de forma capaz.
2) As bolas paradas defensivas – Ainda não percebi se Lopetegui quer que os jogadores defendam individualmente, à zona ou um misto das duas coisas. O que eu sei é que os jogadores (e os adeptos!) tremem nas bolas paradas defensivas e os últimos dois jogos – Shakhtar e SL Benfica – foram exemplares das fragilidades que a equipa revela nestes lances. Sofrer golos de bola parada é sinal de adversários mal estudados e de insuficiente trabalho nos treinos.
3) A dupla de Centrais – Já falei neste assunto várias vezes. Mais do que o valor individual de cada defesa-central, importa avaliar uma dupla como um todo. Ora, chegados a esta altura da época (após quase 30 jogos, entre particulares e oficiais), o FC Porto ainda não tem uma dupla estabilizada e rotinada. Pior. O elemento comum – Martins Indi – às duas duplas mais utilizadas por Lopetegui, quando faz dupla com Maicon joga do lado esquerdo e quando faz dupla com Marcano joga do lado direito! O centro da defesa é um elemento crucial de qualquer equipa e, com esta sucessiva rotatividade imposta por Lopetegui, não vamos lá.
4) O Guarda-redes – Fabiano é um guarda-redes grande, mas não é, nem nunca será, um grande guarda-redes. Debaixo dos postes é bom, mas o “gigante” brasileiro tem limitações que são conhecidas e que ontem voltaram a ser visíveis: é mau a jogar com os pés, é lento a executar e a reagir e, nas saídas da baliza, deixa muito a desejar. Por aquilo que já mostrou, Andrés Fernandez também não parece ser guarda-redes para uma equipa de top (Lopetegui identificou cedo o problema e, por alguma razão, queria que a SAD tivesse contratado Keylor Navas… antes do Mundial). Se Helton estiver fisicamente recuperado a 100%, não tenho dúvidas que é a melhor solução existente no plantel atual.
Estou convencido que este campeonato ficou ontem entregue (ao SL Benfica), mas ainda faltam muitos jogos e há uma réstea de esperança.
Para alimentar essa pequena chama, eu recordo um FC Porto x Panathinaikos (Quartos-de-final da Taça UEFA 2002/2003, 1ª mão), disputado no Estádio das Antas (que saudades!), em 13 de Março de 2003, que os dragões dominaram completamente, mas perderam por 0-1.
No final do jogo, José Mourinho, ao atravessar o relvado, virou-se para a Superior Sul, onde estavam os Superdragões, e fez este gesto:
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José Mourinho no final do FC Porto x Panathinaikos, da época 2002/2003 |
No jogo seguinte, os Superdragões mostraram uma tarja onde se podia ler: «Se vocês acreditam nós também acreditamos».
Faço daqui um apelo aos Superdragões, para recuperarem essa tarja já no próximo jogo.
Sim, eu sei que, ao contrário de 2003, o FC Porto deixou de depender só de si para conquistar este campeonato; eu sei que esta equipa não se compara ao FC Porto 2002/2003 (na minha opinião, a melhor equipa de sempre do FC Porto); e, claro, Julen Lopetegui está muito longe de ser um treinador de top internacional (como é José Mourinho); mas, vendo a banalidade que é este SL Benfica, eu ainda quero acreditar que é possível e, por isso, jogadores e adeptos não podem baixar os braços.